INVASÃO CONSENTIDA

Não sou nativo digital. Muito longe disso. 
Também não sou viciado em "drogas pesadas" digitais. Sou um usuário miúdo, mas, mesmo assim, dependente. 
E quem não é?
Está cada dia mais difícil viver sem estar conectado. Tudo passa pelo PC ou por smartphones. Aplicativos, dos mais úteis aos mais descartáveis germinam mais do que capim em beira de estrada.
Muitas são ferramentas que facilitam nosso dia-a-dia; outras são soluções encontradas para problemas que nunca tivemos.
Só que as vantagens oferecidas têm um preço. Tudo que é grátis na Internet tem um custo implícito. E o mais alto deles é a invasão à privacidade.
É verdade que muitos não sabem disso, ou nem querem saber. Mas todos, cientes ou não, estão enredados.
No mais recente fenômeno da minha timeline do Facebook, pulularam resultados de testes de como seria seu rosto se fosse do gênero oposto. Uma divertida brincadeira que viralizou rapidamente. Eu também não escapei à tentação.




Rápido também começaram a surgir denúncias de que a empresa que oferecia o teste ganhava a possibilidade de ter acesso a seus dados e fotos do mundo virtual.
Mas isso já acontece a muito tempo. Qualquer um que entre no FB, por exemplo, já deu adeus a sua privacidade.
Testes como esse ou qualquer outro botão de "Eu aceito" que clicamos no mundo da Internet nos fazem vender nossa identidade virtual ao mercado digital.
Se você usa o googlemaps, está exposto. Manda mensagem pelo Zap, também. O cruzamento de dados faz que a agenda do seu telefone seja preenchida com seus compromissos mesmo sem você digitar uma tecla sequer.
Tenha certeza, Mark Zuckerberg e seus parceiros sabem até o tamanho da sua roupa íntima.
É a regra perversa do jogo. É o preço do Facebook, que se diz "de graça e sempre será".
E quem está lendo este texto esá no meio desse balaio.
É um perigo sermos todos monitorados? Com certeza é.
Mas duvido que haja volta nesse caminho.
Mesmo que todos abandonassem seus smartphones, que não acessassem mais a Internet, ainda assim seríamos vigiados.
O Big Brother já está nos espiando há décadas. E não estou falando do programa da TV Globo.



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