CARA A CARA


Quem assistiu ao filme The Circle, onde o personagem de Tom Hanks comandava uma grande rede social a nível mundial, vai se lembrar do esquema de reconhecimento facial utilizado pela fictícia companhia. Só que este tipo de tecnologia não tem nada de ficção científica e vem sendo debatida nos últimos anos, pois não há limites pré-estabelecidos para seu uso.

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Em 2012, o Facebook  Face.com por aproximadamente US$ 60 milhões. Oficialmente o reconhecimento facial seria apenas para conectar os usuários às suas fotos, mas  muito mais vem por aí. Empresas como Facebook, Shutterfly e LinkedIn também estão coletando milhões de imagens executadas por algoritmos de reconhecimento facial e marcadas com um código exclusivo.

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A utilização desse recurso vem sendo monetizada. Ou seja, empresas "vendem" seu rosto. E para que isso serve?
Imagine que você entre em uma loja de departamentos e uma câmera escaneie seu rosto. O reconhecimento vai passar para um sistema o seu perfil de consumidor naquela loja e talvez em outras. Com isso o vendedor que for te atender vai saber o que te oferecer e qual a sua intenção real de comprar ou não um produto. Parece coisa de futuro, mas não é. Isso acontece hoje. Os anunciantes, que já seguem todos os seus movimentos na Internet - desde seus termos de pesquisa até as linhas de assunto dos e-mails, passam a ter uma ferramenta a mais de estímulo de consumo. Capturar, armazenar e, finalmente, vender biométricos faciais rapidamente se tornou um grande negócio, que gerou cerca de US$ 1,3 bilhão em 2014 e que pode duplicar até 2022.





O avanço deste tipo de tecnologia vem gerando muitos debates. A questão envolve outros enfoques, como o do direito à privacidade. Com o reconhecimento em alta escala, o controle da movimentação dessas pessoas, de suas atitudes em ambientes públicos e privados pode ser total. Edward Snowden que o diga. 

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Os mais críticos afirma que se não começarmos a ser mais críticos em relação a isso, logo teremos que usar chapéu, óculos de sol ou qualquer outro tipo de disfarce ao sair de casa, porque não haverá lugar para se esconder.


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